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SUÍÇA

  • Foto do escritor: noelle-francois
    noelle-francois
  • 26 de fev.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 28 de fev.


suíça
Suíça

Nosso destino de hoje parece ter saído direto de um conto de fadas! Cada cantinho é digno de um cartão-postal. Os vilarejos são tão charmosos que dá vontade de morar em um, e os lagos refletem montanhas que parecem pinturas. Já adivinhou onde estamos? Acertou em cheio: na incrível Suíça!


Os meses que passamos por lá foram intensos. A agenda estava mais lotada que mala de turista exagerado, sempre tinha algo novo para explorar. Sério, 24 horas eram um insulto para tanto lugar maravilhoso para conhecer.


Se tem algo que me faz brilhar os olhos é um país que leva a sério a proteção do meio ambiente e dos animais. E, olha, a Suíça dá aula. Para você ter ideia, é o único país que protege a dignidade animal na Constituição. Ou seja, nada de maus-tratos e sofrimentos, respeitar os bichos não é só questão de bom senso, é lei!


E não para por aí! Você sabia que por lá, no mundo dos pets, a solidão é praticamente proibida? Pois é, no caso dos porquinhos-da-índia, por exemplo, a regra é clara: nada de ser filho único! Esses bichinhos são tão sociáveis que a legislação exige que tenham, no mínimo, um parceiro de vida, ou, que vivam em uma verdadeira república de porquinhos. A mesma lógica vale para coelhos e aves. Convenhamos, ninguém é feliz sozinho, nem os pets!


Agora, segura essa: até 2016, existia uma lei que obrigava tutores de cães a fazerem um curso teórico e prático de socialização. Sim, você leu certo! Uma verdadeira escolinha para ensinar os donos a deixarem seus doguinhos bem adaptados ao mundo.


Se for deixar seu pet sozinho o dia todo enquanto trabalha, já aviso: melhor rever seus conceitos. A legislação desaconselha fortemente que os bichinhos fiquem longos períodos sem supervisão. O recomendado é de no máximo 4 a 5 horas. Se o vizinho resolver denunciar, pode rolar fiscalização periódica. Em alguns casos, quem passa o dia fora precisa provar que tem mais de um pet em casa ou, pasme, que contratou uma babá para o bichinho.


Os bichanos não fogem a regra. Muitos abrigos e criadores só liberam a adoção ou venda se você já tiver outro felino na residência. Nada de criar um pequeno soberano solitário, ele precisa de companhia para suas travessuras. Se a ideia era ter um único gato, pode esquecer. A galera leva essa regra a sério e não está pra brincadeira. A moral da história é que se quiser um pet, você precisa estar pronto para dobrar a diversão – porque sozinho, jamais. 


Agora, mudando de pato para ganso, quando falamos de preservação da natureza, Entlebuch é um espetáculo à parte. Não à toa que foi escolhida pela UNESCO como a primeira e única reserva de Biosfera* do país. Imagine quilômetros de paisagens de tirar o fôlego, com arbustos e ervas que parecem não ter fim, tudo cercado pelos majestosos pré-Alpes. Passamos um dia inteiro explorando, caminhando e, claro, fazendo um belo piquenique no meio do nada – quem precisa de restaurante quando se tem um cenário desses? Enquanto isso, nosso cachorro, Scott, aproveitava a liberdade, correndo feliz da vida. Sim!


MORGARTEN
MORGARTEN

Fomos visitar o vilarejo pitoresco de Mürren, onde carros não são permitidos, só se chega lá de bondinho – porque, né, eles não se contentam só em ter cenários incríveis, também fazem a jornada ser inesquecível! Depois de uma boa caminhada, demos de cara com um inusitado frigobar no meio do nada recheado de queijos, iogurtes e manteiga. Ao lado, uma caixinha de madeira com uma tabela de preços para você colocar o dinheiro. O self-service suíço funciona na base da confiança total, nada de câmeras e vendedores, é só pegar, pagar e seguir viagem.


E foi assim, entre montanhas, lagos e um baita senso de honestidade, que a Suíça nos conquistou de vez. Quem resiste a um lugar onde até o lanche no meio do nada é uma experiência extraordinária? 


Mas nossas aventuras na Suíça estavam longe de acabar! Todo mundo conhece o país pelos queijos, chocolates e o frio de rachar, mas também é lá que fica o destino de inverno mais badalado das celebridades, Gstaad. Como fomos no fim do verão, a cidade estava bem tranquila, perfeito para explorarmos sem esbarrar em um milhão de esquiadores.


Foi onde tivemos uma experiência única com a cultura local. Depois de um belo jantar, saímos do restaurante e, de repente, uma barulheira ensurdecedora tomou conta do lugar! Scott entrou em modo pânico, provavelmente achando que uma invasão alienígena estava rolando. Deixei-o com meu marido e fui investigar.


Eis que descubro ser um dos rituais mais tradicionais – e barulhentos – da Suíça, a descida dos Alpes, ou Alpabzug, o grande desfile das vacas! Funciona assim: no verão, as mimosas têm férias VIP nas montanhas e passam meses pastando sossegadas na grama mais verdinha e gourmet do planeta. Mas quando chegam setembro e outubro, é hora de voltar para casa. Claro, na Suíça até as vacas fazem isso com muito estilo!



A cidade para e assiste ao desfile. Pastores em trajes típicos suíços lideram a procissão pelas ruas, enquanto as vacas desfilam cheias de pompa com cocares florais coloridos, sinos gigantes e cobertores lindamente bordados. Cada tilintar dos sinos parece marcar o ritmo da festa, e os turistas – eu inclusa, obviamente – ficam enlouquecidos com tanta tradição e beleza. O evento é tão grandioso que as autoridades suíças querem transformá-lo em Patrimônio da UNESCO. E quer saber? Super apoio! Porque poucas coisas no mundo são tão icônicas quanto um desfile de vacas vestidas para a ocasião!


Mas nem só de paisagens de tirar o fôlego foi feita a temporada no paraíso. Nossa base era nada menos que Genebra, a Capital da Paz, lar de inúmeras organizações internacionais que promovem a harmonia mundial. Com tanta coisa interessante para ver, os dias passavam voando. Nosso fiel escudeiro, Scott, estava sempre conosco – tão cidadão genebrino que tinha até bilhete próprio para os transportes públicos. Chique, né?


ARQUIVO DOS JUDEUS PRISIONEIROS DA SEGUNDA GUERRA - Sede Mundial da Cruz Vermelha
ARQUIVO DOS JUDEUS PRISIONEIROS DA SEGUNDA GUERRA - Sede Mundial da Cruz Vermelha

Como boa curiosa que sou, não podia deixar de visitar a sede da Cruz Vermelha. E olha, que experiência! Caminhar por corredores repletos de fichas catalogando prisioneiros judeus do Holocausto foi algo que mexeu no fundo na alma. Conhecer na essência o trabalho humanitário da organização é simplesmente impressionante, protege refugiados e prisioneiro de guerra, reúne famílias separadas por conflitos, ajuda vítimas de desastres naturais... um verdadeiro respiro de humanidade no meio do caos do mundo.






Já a sede da ONU... bem, essa ficou só na vontade, porque estava fechada para visitação. Pelo menos agora tenho um ótimo motivo para voltar.


Agora, se tem um cartão-postal famoso por lá, é o Lago Léman, com seu chafariz gigante que parece querer alcançar as nuvens, e apesar de todo o amor dos suíços pela natureza, esse oásis urbano anda sofrendo com os excessos do chamado ser humano. O problema é o fosfato, aquele vilão escondido nos detergentes, sabões em pó e adubos que acaba indo parar na água, transformando o lago em um banquete para as algas, que, por sua vez, consomem oxigênio e comprometem a vida aquática. Ou seja, até o lago está precisando de um detox urgente.


Convenhamos, se até a Suíça – toda certinha e organizada – está com problema nos lagos, imagina nós mortais aqui no Brasil, não é?  Então, vamos pensar em soluções mais ecológicas! Que tal trocar aqueles produtos cheios de fosfato por opções mais sustentáveis? Hoje em dia, tem de monte nos mercados, e se quiser economizar ainda mais, a internet está cheia de versões superconcentradas que a gente pode diluir em casa. Mais limpeza, cuidado com a nossa pele e menos impacto. A Mãe Natureza agradece!


E assim seguimos desbravando a Suíça, colecionando momentos épicos e descobertas que deixam qualquer viajante de boca aberta. Passeamos pelo incrível Museu Olímpico de Lausanne – quase nos convencemos de que ainda daria tempo de virar atletas profissionais. Visitamos a casa onde Einstein viveu e tentamos absorver um pouco da genialidade pelo ar, mas sem sucesso. Depois, nos jogamos no universo do chocolate na fábrica da Nestlé – sejamos sinceros, isso sim é um esporte olímpico que dominamos!


Mas a Suíça não é só sobre queijos, relógios e neve, é um convite à solidariedade. Fizemos uma pausa em Lucerna para correr uma meia maratona em prol das crianças da UNICEF. Boas ações são talentos que levamos a sério.





Como não poderia ser diferente, nós, veganos, surfamos nessa onda do respeito. Por lá, de cafés a restaurantes, o cardápio é um verdadeiro deslumbre e sem perrengue para achar comida deliciosa 0% sem crueldade. No mundo da moda, a coisa também é de outro nível: há tanta opção vegana incrível que dá vontade de renovar o guarda-roupa inteiro. Se existe um lugar que faz a gente se sentir em casa, é a Suíça.


Enquanto isso, Scott**, nosso cão suíço honorário, seguia curtindo sua melhor vida no estilo alpino.


* Uma biosfera é a região da Terra onde existe vida, incluindo seres vivos, o solo, a água e o ar. Resumindo: é o agrupamento de todos os elementos naturais que favorecem e dão condições para a manutenção da vida no planeta.

 

** Scott chegou até nós já com 10 anos. Sua jornada foi breve, mas intensa. Em pouco tempo, colecionou carimbos em seu passaporte e viveu aventuras inesquecíveis. Descubra sua história no livro Le Voyageur. Acesse o link aqui no site e embarque nessa viagem com ele.

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