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NOVA ZELÂNDIA

  • Foto do escritor: noelle-francois
    noelle-francois
  • 28 de mar.
  • 5 min de leitura

Glowing Cave
Glowing Cave - Nova Zelândia

Senhores passageiros, apertem os cintos! Hoje voaremos até um canto do mundo onde a natureza decidiu brincar de designer. Nosso destino? Aotearoa! Ou, como dizem os Maoris: a Terra da Longa Nuvem Branca. Não entendeu nada? Vamos simplificar: bem-vindos à Nova Zelândia.


Para chegar lá, é preciso encarar infinitas horas de voo. Dá tempo de maratonar todas as temporadas de uma série, tirar sonecas épicas, questionar a própria existência e ainda se tornar especialista no catálogo de entretenimento do avião. Parece que nunca vai chegar..., mas se acalme, a espera vale cada segundo! 


Quando desembarcamos, o cansaço evaporou. O ar puro invadiu os pulmões e as paisagens pareciam ter saído de um filme – literalmente.


A missão começou com um desafio digno de herói: manter-se acordado. O fuso horário de 16 horas à frente bagunça qualquer cérebro. Nos primeiros dias, circulamos por Auckland parecendo figurantes de The Walking Dead, mas logo o encanto nos despertou, e começamos nossa odisseia por essa terra fascinante.


Explorar a Nova Zelândia de norte ao sul é como dirigir por dentro de uma galeria de arte ao ar livre. A estrada para Milford Sound, por exemplo, nos leva por fiordes monumentais e cachoeiras imponentes. Cada curva revela um novo cenário cinematográfico. Nada exagerado, né? Afinal, foi lá que filmaram O Hobbit, O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia!



Estreito de Cook


Para quem ama natureza como eu, o país é um verdadeiro refúgio. Montanhas majestosas, vales exuberantes e praias selvagens coexistem como se tivessem sido posicionados por um arquiteto genial. E os lagos? Pukaki e Tasman brilham em tons de azul turquesa, contrastando absurdamente com a paisagem ao redor. Parece Photoshop, mas é real!


Tongariro Parque Nacional - Patrimônio da UNESCO:
Tongariro Parque Nacional - Patrimônio da UNESCO

Quando achei que nada mais poderia me surpreender, dei de cara com a Geleira Franz Josef. Dizem que é uma das mais espetaculares do mundo e agora entendo o motivo. O gelo e a floresta formam um contraste tão inusitado que parece coisa de outro planeta. É claro que fui explorar a pé, né?

           

Se tem uma coisa que os neozelandeses levam a sério é adrenalina. O país respira aventura, e o rugby é praticamente uma religião. Além disso, bungee jump e paraquedismo são obrigatórios – e para responder à pergunta que você já deve estar se fazendo: não, eu não tive coragem – mas a lista de esportes não para por aí: tem surfe, trilhas, mountain bike, esqui, snowboard... um verdadeiro parque de diversões para os entusiastas do esporte.


Lago de Taupo
Lago de Taupo

Com a infinidade de belezas naturais, decidi que precisava analisar tudo por outro prisma. Subi a bordo de um hidroavião e sobrevoei a região próxima ao Lago Taupo. Se em terra firme tudo é um deslumbre, lá do alto não é diferente, parece ainda melhor.





Ovelhas Nova Zelândia

Os dias seguem e nós sempre com os pés na estrada. Além de todas as maravilhas naturais que te contei, tem outro detalhe: por onde passávamos uma imensidão de vacas e ovelhas nos observava.  Nunca vi tantas juntas! Descobri que o país tem mais ovelhas que humanos. Acredite quando digo: são cerca de 25 milhões de ovelhas contra, apenas, 5 milhões de humanos. 


 

Carçados pedurados na cerca

Uma coisa me intrigou: essa foto que tirei de um monte de calçados pendurados nessa cerca. O que significa isso? Algum ritual misterioso? Uma mensagem secreta para viajantes? Infelizmente, não encontrei uma alma viva para desvendar esse enigma para mim. Se alguém souber, me conta! Enquanto isso... seguimos viagem!



As maluquices não param. Imagine uma cidade cujo nome tem 85 letras, só de pensar em pronunciar a gente perde o fôlego:Taumata­whakatangihanga­koauau­o­tamatea­turi­pukaka­piki­maunga­horo­nuku­pokai­whenua­ki­tana­tahu.

 

Batizada pela turma Maori, quer dizer: O topo da colina onde Tamatea, o homem de grandes joelhos, que deslizou, escalou e engoliu montanhas, conhecido como o explorador da terra, tocou sua flauta para sua amada.

 

Pensa aqui comigo: imagina a criança que começou a ser alfabetizada e mora nessa cidade. Duvido alguém agora reclamar do nosso Anhangabaú, Pindamonhangaba ou Caraguatatura.

 

Posso até estar repetitiva nos adjetivos e não tem como ser diferente, nessa viagem faltam palavras para descrever tantas belezas. Passear pela caverna de Waitomo é uma experiência de cair o queixo: um lugar escuro, úmido e silencioso... até que, de repente, o teto e as paredes se acendem com milhares de pequenas luzes azuis. Coisa de outro mundo! Uma atmosfera única graças ao fenômeno raro que acontece por lá.


Pois bem, hora de voltar para nossas aulas de biologia na escola. Alguns insetos são bioluminescentes, ou seja, brilham tipo nosso vagalume, e nessa caverna habitam os GLOWWORMS, espécie que só existe na Nova Zelândia. Adoram lugares úmidos, frios e escuros. Eles emitem pela cauda uma luz azul brilhante, e o resultado é mágico, tomam todas as imensas paredes e teto as iluminando. Diria que é mais fascinante do que se pudéssemos ver uma constelação de perto.


As aventuras continuam pelo playground geológico repleto de vulcões ativos, adormecidos e até extintos (!), se estendendo onde a terra literalmente respira, Rotorua. Caldeirões naturais borbulhantes com suas piscinas termais fumegantes, gêiseres explosivos e lama terapêutica. Quanta coisa em uma viagem só!

 

Fechando a estadia com chave de ouro, uma reverência ao ilustre anfitrião símbolo dessa terra: o kiwi! Uma ave peculiar por excelência, tímida ao extremo, dona de hábitos noturnos e de um visual que mais parece bichinho de pelúcia desavisado. Durante sua evolução, perdeu as asas e decidiu que voar não era para ele. Hoje se contenta em vagar pelo chão, escondido entre a vegetação. Suas penas, bem diferentes das de outras aves, mais parecem uma pelugem. E as esquisitices não param por aí! Seu bico comprido tem narinas na ponta – um caso raríssimo no mundo das aves – e um olfato aguçado que faz inveja, perfeito para farejar insetos e minhocas embaixo da terra.


OTOROHANGA KIWI HOUSE

Infelizmente, o kiwi está ameaçado de extinção. Sem grandes defesas contra predadores como gatos e cães, ele depende da boa vontade humana para sobreviver. Os neozelandeses não medem esforços para protegê-lo, com projetos de santuários e programas de conservação criados.


E foi assim que, na nossa última parada antes de voltar para casa, fizemos uma visita ao OTOROHANGA KIWI HOUSE. No começo, só silêncio e sombras. Entocados em seus esconderijos, uma rápida aparição para minha felicidade.

       

Sabemos que existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Daí fica o enigma: onde foram parar as fotos que tirei dele? Não achei nenhuma! Fico devendo essa pra você.

        

Chegou a hora! Deixamos a Terra da Longa Nuvem Branca. Entre fiordes, cavernas iluminadas e encontros furtivos com o enigmático kiwi, a gente se despede.  Em mim, ficou a certeza de que algumas viagens nunca acabam, apenas continuam brilhando na memória. Alguns lugares nunca nos deixam, mesmo depois de partirmos.

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